sexta-feira, 8 de abril de 2011

Revolução

 sei o que me espera atrás da esquina.
Exército de realidade preparando a invasão.
Sonhos sãos suturados com agulha fina
Nem um jorro sequer da mínima ilusão.
A alma decantada flutuando bem acima
Não mais anima o corpo inerte, ao chão.
Agora, o desafio à gravidade não fascina
O sangue, outrora quente,  não dá vazão.
A inocência pálida que a Tropa extermina
É tragada e vira fumaça fraca em ascensão.
Por vezes ainda consegue nublar jovens retinas
Ou invadir como vento um desatento pulmão.
Mesmo assim, não passa de mera neblina
Muito difusa para vencer a sólida Legião.
E foi assim que sucumbiu aquela menina
Que vive de enterrar utopias desde então.



Jessica Ferreira

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